sábado, 11 de janeiro de 2014

Pousada da Jamaica, imortalizada por contrabandistas e Daphne du Maurier, está à venda


Actualmente é um hotel e um pub, mas a sua história confunde-se com a História da Cornualha britânica e com o romance de Daphne du Maurier que tornou o seu nome conhecido internacionalmente: a Pousada da Jamaica está à venda por 2,4 milhões de euros, noticia a imprensa britânica.
A par do conto Os Pássaros e do romance Rebecca, ambos adaptados ao cinema por Alfred Hitchcock, A Pousada da Jamaica é uma das mais conhecidas obras da escritora e dramaturga britânica nascida em 1907 e desaparecida em 1989.
Traduzido para português na década de 1970 e hoje editado pela Presença, A Pousada da Jamaica (editado em 1936 sob o título original Jamaica Inn) passa-se em 1820 e é um mistério que tem como figura central a jovem Mary Yellan, que é obrigada a ir viver com os tios após a morte da sua mãe – o seu tio é o estalajadeiro na lúgubre Pousada da Jamaica e também membro de um grupo que atrai navios para lhes causar o naufrágio para os saquear e contrabandear o seu espólio. Hitchcock também adaptou este thriller ao cinema em 1939, escolhendo para protagonistas Charles Laughton e Maureen O'Hara.
Agora, John e Wendy Watts, proprietários há 40 anos da estalagem que inspirou o livro de Du Maurier e que é descrita em alguns meios como um dos locais alegadamente mais assombrados do Reino Unido, decidiram pôr o espaço à venda porque se vão reformar.
A pousada foi também já pertença do escritor de thrillers Alistair MacLean, nota a BBC News, que cita a expectativa da imobiliária responsável pela venda de que esta propriedade atraia bastante atenção no mercado. O bar e hotel, cujos 17 quartos ostentam nomes das personagens de Du Maurier e que segundo o Times atrai ainda bastantes fãs da escritora, fica perto da charneca de Bodmin, e em pleno “Du Maurier country” – a zona da Cornualha que concentra inúmeros cenários das obras da escritora.
O espaço remonta a 1750 como uma estalagem de passagem para viajantes que atravessavam a Cornualha de carruagem e que ali quisessem pernoitar. Segundo a BBC, pensa-se que era usada por contrabandistas para esconder os seus saques e que deve o seu nome caribenho ao tráfico de rum que por ali passava. Além dos quartos baptizados em honra das suas personagens, Du Maurier deixou lá não só a secretária à qual escrevia quando lá ficou em 1930, mas também outros bens que são mostrados aos hóspedes no museu de contrabando construído junto ao hotel.
 

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