quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"Inadmissível" que um doente espere dois anos por uma colonoscopia

"A Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino considera inadmissível e inacreditável que um doente espere dois anos para fazer uma colonoscopia, quando um primeiro rastreio positivo obriga a que o exame seja feito de imediato.
Segundo Vítor Neves, presidente da Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino, as normas internacionais determinam que, após um rastreio positivo à pesquisa de sangue oculto nas fezes, a colonoscopia deve ser feita de imediato.
O responsável comentava, em declarações à agência Lusa, a manchete do Diário de Notícias, que conta que uma doente com cerca de 60 anos descobre um cancro em estado grave depois de dois anos à espera de uma colonoscopia realizada num hospital.
O Ministério da Saúde lamentou profundamente a situação da doente, considerando ser uma situação "intolerável".
Segundo o DN, a doente fez o rastreio ao cancro colorretal e a análise foi positiva, tendo sido de imediato encaminhada para o hospital Amadora-Sintra, mas sendo chamada para consulta apenas um ano depois.
A colonoscopia, fundamental para confirmar o diagnóstico de cancro, demorou mais um ano a ser feita. A doente descobriu então ter um cancro em estado avançado, que é inoperável, encontrando-se a fazer quimioterapia para reduzir o tumor.
A Europacolon refere que, quando um hospital não tem capacidade para responder, o doente deve ser encaminhado para o setor privado para realizar a colonoscopia.
De uma forma geral, indica Vítor Neves, o tempo de espera nos hospitais é superior ao do setor privado com convenção com o Estado.
Exceção a esta regra tem sido a zona da Grande Lisboa, como denunciou a Europacolon em outubro do ano passado, alertando para a dificuldade de muitos utentes na marcação de colonoscopias.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, admitiu que as dificuldades de marcação de colonoscopias para doentes da Grande Lisboa é uma "situação preocupante" e prometeu resolver a situação até ao final do ano passado.
Vítor Neves acredita que as dificuldades já estarão ultrapassadas, mas a Europacolon começou esta semana a fazer um levantamento da situação e ainda não tem conclusões.
Em Portugal há cerca de sete mil casos de cancro do intestino por ano e, em média, morrem 11 pessoas por dia com a doença."

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